Queijaria Riachinho - Café e Prosa: Uma Experiência Turística da Serra do Cipó
- Julio Code
- 22 de abr.
- 3 min de leitura
Atualizado: 14 de ago.
Na estrada que leva à Lapinha da Serra, em Santana do Riacho, se esconde um pedacinho do paraíso mineiro: a Queijaria Riachinho. Com uma verdadeira imersão nos sabores e saberes de Minas Gerais, onde a simplicidade da roça se encontra com a autenticidade dos produtos agroecológicos. Como parte do projeto de valorização do turismo de base local, iniciado em 2022, a Queijaria Riachinho oferece uma experiência deliciosa para os visitantes da Serra do Cipó. Entre um café quentinho, uma prosa gostosa e o sabor do queijo minas fresquinho, o local se transforma em um convite à descoberta da rica gastronomia regional e ao acolhimento que é a cara de Minas.
Há experiências que a gente vive e sente que precisa compartilhar. Não por vaidade, mas por gratidão. Gratidão por ter sido tocado por algo genuíno, feito com alma. Assim foi minha visita à Queijaria Riachinho.
Eu fui até lá a convite, com a missão de fotografar. Mas voltei com histórias, sabores e uma vontade quase urgente de recomendar essa vivência a todos que amam Minas, queijo, doce de leite e encontros que aquecem o coração de verdade.
A experiência começa antes mesmo de chegar. Saímos do centrinho da Serra do Cipó e seguimos pela MG-10 sentido Belo Horizonte. Logo após a rotatória, tomamos o rumo de Santana do Riacho. A paisagem nesse trecho é um espetáculo à parte: vilarejos escondidos entre serras, o recorte dramático do Buraco das Éguas à direita, e a poesia silenciosa do cerrado. Cada curva, como um convite à contemplação.
Ao chegar em Santana, passamos pela igreja de Sant’Ana, imponente e renovada, e seguimos para a estrada de terra que leva à Lapinha. Logo ali, à esquerda, a placa discreta anuncia: Queijaria Riachinho. Subimos uma rampinha e pronto — a mágica começa.
De cara, um mural enorme com uma linda pintura representando a beleza do nosso cerrado, com o ilustre Beija-flor-de-gravata-verde, um ipê amarelo e flores de Caliandra e Sempre-vivas; que nos dão as boas-vindas. Ao lado, a porta principal da vendinha, e uma mesa posta, nos esperando com os sabores da casa. A equipe nos recebeu com sorriso no rosto e uma disposição acolhedora que é marca registrada do povo daqui.
Sentamos de frente para o mural, onde ouvimos a história da Queijaria contada por quem vive o dia a dia do leite, da terra, da tradição. Desde 2010, a Riachinho vem crescendo com os pés fincados na produção familiar, no cuidado com os animais, e no respeito à natureza. Os produtos vêm de leite de pequenos agricultores locais, frutas da agrofloresta da família, e do apiário do Cerrado. É alimento com raiz.
Depois da história, fomos convidados a provar os doces. A mesa era um tesouro: potes de doce de leite cremoso em sabores com café, com amendoim, com cacau… e o meu preferido, aquele que mora num altar do meu paladar: o doce de leite com raspa do tacho. Cada colherzinha tinha uma cor, para não confundir os sabores — e pra garantir aquela experiência higiênica e caprichada.

Depois vieram os queijos. Minas frescal, padrão, meia cura… todos com curas diferentes, texturas que se desmancham na boca, e uma explicação carinhosa da anfitriã Cíntia. Dava vontade de repetir cada pedacinho, e assim o fiz. Para fechar veio aquela quitanda com Café, bem mineiro feito no tempo certo. O tempo da conversa.
A Queijaria Riachinho oferece uma vivência. E sabe o que é melhor? É possível agendar essa experiência com um guia local. Tem gente aqui na Serra que conhece os caminhos, organiza tudo e te leva pra viver isso com segurança e conforto. Valorizar o guia local é também fortalecer a comunidade e manter viva a cultura da região.
Informações:
📍 Localização: Santana do Riacho
📆 Visitação: Segunda a sábado: 13h às 16hDomingo: 07h às 09h e 15h às 16h
👥 Atendimento: 1 a 15 pessoas, com agendamento prévio de 3 dias
🧀 Produtos: Queijo Minas, queijo frescal, queijo meia cura, sem lactose, manteiga, doce de leite, mel, licores, geleias, conservas.
Dica de quem foi e recomenda de coração:
leve câmera, leve tempo e leve fome. E se puder, leve um amigo. Porque algumas experiências são melhores quando são partilhadas — como uma fatia de queijo fresco num fim de tarde mineiro.
Julio Code📸 Fotógrafo, guia de turismo, condutor ambiental e um apaixonado pela Serra
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