Arandu Umoja: sabedoria que se faz em comunidade
- Dicas na Serra do Cipó

- 19 de out.
- 4 min de leitura
Atualizado: 20 de nov.
Na Serra do Cipó, a cultura tem o som dos tambores, o cheiro do café fresco e o riso que se espalha quando a praça vira palco para receber a comunidade. É nesse espírito que nasceu o Ponto de Cultura Arandu Umoja, um movimento que une arte, educação e ancestralidade — e que acredita que a transformação começa com o simples ato de se reunir.

O Arandu Umoja é uma semente que brotou do antigo projeto “Arte e Música na Praça”, iniciativa que desde 2018 movimenta artistas, moradores e visitantes em apresentações culturais e encontros abertos. O que começou como uma ocupação artística dos espaços públicos foi crescendo, se fortalecendo e ganhando novos sentidos, até se tornar um verdadeiro território de saberes compartilhados.
Hoje, o Ponto de Cultura se afirma como um espaço vivo de criação e pertencimento coletivo, voltado à valorização das expressões afro-brasileiras, indígenas e populares, e à integração entre arte, meio ambiente e educação. O Arandu Umoja é uma filosofia de vida: a arte como ferramenta de união e o encontro como forma de resistência.
O nome carrega em si toda a essência do ponto.“Arandu”, palavra de origem guarani, significa sabedoria — o conhecimento que nasce da escuta, do tempo e da experiência. “Umoja”, do suaíli, quer dizer unidade, a força que mantém viva a coletividade. Juntas, as duas palavras formam uma ideia simples e poderosa: sabedoria que une, união que protege. O nome expressa a junção simbólica entre as raízes indígenas e africanas — bases da cultura brasileira — e representa o propósito do grupo: aprender com o passado, criar no presente e fortalecer o futuro.
O Arandu Umoja nasce do desejo de contribuir e fortalecer a identidade cultural da Serra do Cipó e criar pontes entre gerações, tradições e linguagens. Sua missão objetiva é democratizar o acesso à arte, valorizar os saberes tradicionais e estimular o protagonismo comunitário, fazendo da cultura uma ferramenta de educação e transformação social.
O ponto atua em múltiplos eixos — arte, memória, educação e sustentabilidade — e entende que cada oficina, cada roda de conversa, cada apresentação é um gesto de resistência e de afirmação da vida. O ponto, propõe uma maneira de viver a cultura: como partilha, encontro e aprendizado.
As atividades do ponto estão em constante crescimento. Entre as propostas já realizadas e outras em desenvolvimento, o Arandu Umoja promove oficinas culturais, vivências formativas e ações comunitárias que ressignificam o espaço público e aproximam as pessoas da arte e da sua própria história.
Entre elas estão:
Rádio Web “Arte e Música na Praça”, que mantém viva a essência do projeto original, amplificando as vozes e os ritmos da Serra do Cipó;
Apresentações artísticas na praça, que continuam reunindo artistas, moradores e visitantes em celebrações ao ar livre, com música, poesia e convivência comunitária;
Exposição Fotográfica Vozes e Raízes Cipó (2024), que revelou olhares e histórias da região através da fotografia como instrumento de memória e pertencimento;
Evento Natureza do Sabor (2018), marco na integração entre cultura, gastronomia e turismo sustentável;
Projeto Cerrado Sons de Minas, uma coletânea musical que nasceu na Serra do Cipó e conectou artistas e sonoridades do território;
Noite do Vinil, encontro musical em que cada participante trazia seus discos — ou escolhia entre os disponíveis — para tocar e compartilhar memórias. Uma celebração livre e afetuosa da música como linguagem comum;
Samba na Praça, que animava os domingos na praça, reunindo amigos, ritmos e histórias em torno do tambor e do canto.
E tudo isso está só começando. O ponto de cultura quer que a própria comunidade participe desse processo, trazendo ideias, propostas e sonhos. Os integrantes acreditam que o ponto de cultura deve ser construído com a voz e o talento de quem vive na Serra, tornando-se um espelho da diversidade e da criatividade local.
O ponto é conduzido por artistas e produtores culturais da própria região, cada um com sua linguagem e sua ancestralidade:
B.réu — músico, produtor e articulador cultural. Atua na criação e organização artística das ações, conectando música, palavra e identidade comunitária.
Julio Code — fotógrafo, poeta e condutor ambiental. Responsável pelos registros visuais e pela comunicação do ponto, valoriza a imagem como instrumento de memória e pertencimento.
Black Pio — músico e produtor cultural. Reconhecido por suas performances e pela atuação em projetos de valorização da cultura afro-brasileira, conduz oficinas e apresentações que unem ritmo, palavra e emoção.
Cada integrante contribui com sua arte e visão, formando uma rede que liga campo, cidade, natureza e comunidade. Juntos, dão continuidade à força que fez o “Ponto de Cultura” se tornar uma coletividade cultural ativa na Serra do Cipó; um laboratório vivo de pertencimento e criação comunitária, com ações que inspiram crianças, jovens e adultos a reconhecerem a própria cultura como patrimônio, e ajudam a fortalecer o turismo de base local, a economia criativa e a autoestima coletiva.
O Arandu Umoja ainda está em expansão. Cada nova ação é uma semente lançada na terra fértil da Serra do Cipó, que floresce em forma de encontros, oficinas e parcerias. O grupo sonha em consolidar um centro permanente de cultura viva, aberto à comunidade, onde arte, educação e natureza se encontrem de forma contínua. O objetivo enquanto coletivo, é permanecer fiel à essência que deu origem ao projeto: a sabedoria que nasce da união.
“O Arandu Umoja é o som da terra, o olhar da memória e o gesto da coletividade. É o lugar onde o passado e o presente se dão as mãos para criar o futuro.”
O Ponto de Cultura Arandu Umoja é um espaço aberto — e todos são muito bem-vindos. Se você é morador, artista, educador ou apenas alguém que acredita na força da cultura, venha participar, sugerir e construir junto.
📍 Serra do Cipó – Santana do Riacho (MG)
📧 pontodeculturaaranduumoja@gmail.com
📞 (31) 99335-2158
📲 @pontodeculturaaranduumoja
💬 “Sabedoria que une, união que protege.”
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